“Aproximei- me dela como se estivesse num sonho, ajoelhei-me na cama e
abracei-a com força. Assim que senti seu corpo nas minhas mãos, relaxei.
Bastava senti-la para me lembrar de que ela era real, e nada mais
importava.
Somente o que importava eram meus braços envolvendo meu amor. A mão de
Katherine escorregava pelos meus ombros e nos imaginei entrando junto ao
Baile dos Fundadores. Enquanto sua mão parava perto do meu ombro e eu
sentia seus dedos cravando-se no algodão fino da minha camisa, tive, por
uma fração de segundo, uma imagem de nós, em dez anos, com muitos
filhos que encheriam a propriedade de risos. Quis que essa vida fosse
minha, para sempre. Gemi de desejo e inclinei-me, deixando que minha
boca roçasse a dela, primeiro lentamente, como faríamos na frente de
todos quando anunciássemos nosso amor no nosso casamento, depois com
mais intensidade e urgência, deixando que meus lábios seguissem da sua
boca para o pescoço, avançando aos poucos para o colo branco como a
neve.
Ela segurou meu queixo e puxou meu rosto para o dela, beijando-me com
força. Era como se eu tivesse faminto e finalmente encontrasse sustento
na sua boca. Nós nos beijamos, então fechei os olhos e me esqueci do
futuro.
Subitamente senti uma dor aguda no pescoço, como se fosse esfaqueado.
Gritei, porém Katherine ainda me beijava. Mas não beijava, mordia,
chupando o sangue sob minha pele. Meus olhos se abriram de susto e vi os
olhos dela, selvagens e sedentos de sangue, o rosto pálido e
fantasmagórico sob o luar. Empurrei a cabeça para trás, mas a dor era
implacável e eu não conseguia gritar, não conseguia lutar; eu apenas via
a lua cheia através da janela e sentia o sangue deixando meu corpo
enquanto o desejo, o calor, a raiva e o terror cresciam em mim. Se assim
era a morte, então eu a queria. Eu a quis, e então passei os braços em
volta de katherine, doando-me a ela. Em seguida, tudo escureceu.”
— Stefan Salvatore




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